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ENTRELINHAS

17/08 - 13/09

José Roberto Bassul

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ENTRELINHAS

No próximo dia 17 de agosto, das 16h às 21h, a galeria Andrea Rehder Arte Contemporânea inaugura a mostra Entrelinhas, fotografias de José Roberto Bassul. O fotógrafo apresenta obras inéditas e a premiada série Linhas de Sombra. Com uma produção que tange o minimalismo e o abstracionismo, as imagens afastam-se da representação figurativa e se aproximam do desenho e da gravura, provocando dúvidas e questionamentos acerca da própria linguagem fotográfica. A mostra fica em cartaz até o dia 13 de setembro, com visitação de segunda a sexta, das 12h às 18, e sábado mediante agendamento. A Andrea Rehder Arte Contemporânea fica na av. Brasil 2079, Jardim Paulista – São Paulo. Telefone 55 11 - 3081-0083. 


Para José Roberto Bassul, uma imagem promove diálogos, comunica ideias e sentimentos e estimula reações. Fotografia é linguagem, portanto. E, como percebeu Ítalo Calvino, “não há linguagem sem engano ``.Cultivo meus enganos. Para mim, edifícios são personas. Apresentam-se, contam histórias, fazem pose, conversam, desdenham, fingem. Primeiro os observo, distante, cerimonioso. De alguns me afasto; de outros, me aproximo. Aos últimos, dirijo a palavra. Como resposta, recebo poemas”, afirma o fotógrafo.


A mostra que abre em agosto na Andrea Rehder Arte Contemporânea apresenta 15 fotografias das séries Linhas de Sombra, Arcos de Defesa e Estais, um políptico (Símiles) e um díptico (Só Que Sim, Só Que Não).


Linhas de Sombra

A série Linhas de Sombra é composta por fotografias de elementos arquitetônicos de diversas cidades. Constituídas por linhas e superfícies dispostas num único plano, as imagens dispensam a perspectiva e a profundidade, próprias da linguagem fotográfica, para percorrer o território da abstração. Causam estranhamento e dúvida, mas sempre mantêm vestígios das estruturas fotografadas.  


Arcos de defesa

Esta pequena série é composta por frações do monumento em Paris conhecido como Grande Arche de la Défense, mas oficialmente denominado Grande Arche de la Fraternité e concebido como “uma janela para o mundo”. Ao aludir simbolicamente a signos como o arco e a flecha, mas também a outros de sentido oposto, como teto e abrigo, as imagens sugerem metáforas. Seus temas são o conflito e o acolhimento nas relações humanas, sejam elas afetivas, sociais ou políticas. 


Estais

Estais são cabos de aço com função estrutural que, organizados em sequência precisa, dão sustentação a pontes viárias ou a mastros de uma embarcação. Nas imagens desta série, feitas na Ponte Estaiada em São Paulo, os estais surgem emaranhados, desconexos, sem começo nem fim. Como se confrontassem sua natureza ou negassem sua razão de ser.  


Símiles (políptico)

Imagens justapostas de dois edifícios residenciais, tomadas de um único ponto de observação em movimentos giratórios com a câmera, resultam num políptico quase abstrato, formado pela mesma luz e pela mesma sombra, que produzem fotografias distintas, mas similares. “Símiles” alude à diversidade como a percebe Boaventura de Sousa Santos: “As pessoas têm direito à igualdade quando a diferença significa discriminação. E têm direito à diferença quando a igualdade implica descaracterização”.


Só Que Sim, Só Que Não (díptico)

SQS e SQN são as siglas que denominam as superquadras de Brasília. O políptico Só Que Sim, Só Que Não brinca com o estereótipo de que “em Brasília, é tudo igual”. Imagens agrupadas de todas as quadras comerciais da Asa Sul e da Asa Norte formam desenhos geométricos que sugerem a uniformidade e a repetição. Contudo, ao aproximar-se, o espectador percebe distinções entre elas e pode estabelecer relações de identidade e memória.

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